quarta-feira, 23 de maio de 2012


As Tecnologias e as NEE

Qual a relação entre Tecnologias Assisitivas e educação?
Como é a realidade brasileira em se tratando de Tecnologias Assistivas?


Tecnologias Assistivas


A TA deve ser entendida como um auxílio - recursos e serviços – “que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.”
Seu objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Pode variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.
O serviço de TA auxiliará, a partir da avaliação do usuário, na seleção ou confecção do recurso apropriado, na elaboração de estratégias para um bom desempenho funcional e na aplicação e ensino de utilização do recurso, em prática contextualizada, na tarefa pretendida.
Os serviços de TA comumente envolvem profissionais de áreas como a: terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, engenharia, arquitetura, design e técnicos de muitas outras especialidades.
Não há uma classificação única e definitiva para as TAs, podendo-se incluir auxílios para a vida diária e/ou prática - tais como talheres modificados, suportes para utensílios domésticos (alimentação), roupas de manuseio facilitado, recursos para transferência, barras de apoio -;


  

passando por órteses e próteses; mobiliário e adaptações;

a adaptações de hardware e softwares; em áreas de necessidade pessoal como comunicação, mobilidade, transporte, educação, trabalho, lazer e outras.



A TA é entendida como o recurso do usuário, da pessoa com deficiência e atende sua necessidade pessoal de desempenhar funções do cotidiano de forma mais independente. Todo projeto para prescrição e utilização de um recurso TA implica no envolvimento direto de seu usuário, do conhecimento de seu contexto e deve, portanto, valorizar suas intenções funcionais, bem como suas competências atuais, que serão "ampliadas" pela utilização do recurso proposto. Também o contexto, meio onde a pessoa com deficiência está ou deseja estar inserida, pode necessitar adequações no sentido de promover acessibilidade e possibilidades de seu desempenho autônomo em tarefas por ele exigidas.
Cabe salientar que apenas alguns centros universitários em nosso país estão dando os primeiros passos neste tema da TA e que a formação de nossos profissionais brasileiros, que poderiam estar envolvidos com a temática da TA, ainda é muito pequena, não sendo este um assunto obrigatório nas graduações da saúde, reabilitação, educação e nem mesmo das engenharias.
Constata-se que ainda existe um desconhecimento das várias áreas de atuação profissional, que poderiam estar envolvidas em pesquisas e práticas de TA e sabemos que os cidadãos brasileiros com deficiência não conhecem seus direitos de acesso à TA, conforme consta em nossa legislação; e mesmo que os serviços públicos não estão organizados no sentido da promoção de vida independente e inclusão.
Quando acontecer, de fato, a inclusão dos nossos "pacientes" e "alunos com deficiência", sujeitos então de seu próprio desenvolvimento e atores no seu processo de reabilitação e educação, seremos obrigados a rever nossos conceitos e nossas ações.
A cartilha: "O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular", editada com o apoio de Ministério da Educação, através da SEESP, caracteriza o atendimento educacional especializado como "aquilo que é necessariamente diferente do ensino escolar para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência. Isto inclui, principalmente, instrumentos necessários à eliminação de barreiras que as pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. Por exemplo: o ensino da língua brasileira de sinais (LIBRAS), do código braile, uso de recursos de informática e outras ferramentas tecnológicas, além de linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas comuns para que elas possam atender com qualidade aos alunos com deficiência".
Percebemos, então, que o tema da TA transcende à atuação restrita da Saúde / Reabilitação, inserindo-se apropriadamente no campo da educação. Nela, esta temática deve ser área do conhecimento e da prática da educação especial, pois favorecedora da inclusão escolar, tem a cumprir um papel de extrema importância.
Todos os recursos de TA produzidos, importados e comercializados em nosso país ainda estão vinculado à temática, quase que exclusiva, da reabilitação e são divulgados em feiras que acontecem paralelamente a eventos desta área do conhecimento. Muitos dos que atualmente trabalham, tanto na reabilitação, como no desenvolvimento destes recursos, desconhecem o conceito e a prática da TA. Para os próprios profissionais há a confusão ou não distinção do que seja tecnologia de reabilitação e tecnologia assistiva.
No Brasil encontramos comercializados recursos de alta qualidade no que diz respeito a órteses, próteses, cadeiras de rodas, acessórios de adequação postural, informática e demais recursos para cegos, comunicação aumentativa e alternativa e recursos de informática para deficientes físicos, recursos para surdos, entre outros. No entanto, este grupo de profissionais ainda não se organizou como parte de uma única rede. Podemos também afirmar que são poucos os cidadãos brasileiros com deficiência que usufruem a TA em alguma de suas modalidades.
É importante ressaltar que as decisões sobre os recursos de acessibilidade que serão utilizados com os alunos, têm que partir de um estudo pormenorizado e individual, com cada aluno. Deve começar com uma análise detalhada e escuta aprofundada de suas necessidades, para, a partir daí, ir optando pelos recursos que melhor respondem a essas necessidades. Em alguns casos, é necessária também a escuta de diferentes profissionais, como terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas, ou outros, antes da decisão sobre a melhor adaptação.

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