domingo, 18 de março de 2012

Transtornos de atenção



A atenção é uma condição básica para o funcionamento dos processos cognitivos, participa ativamente da conduta humana desde a entrada do estímulo até a resposta motora. É o processo pelo qual são usadas distintas estratégias, de forma ordenada, para captar informação do meio; está relacionada com a percepção e nos permite selecionar e hierarquizar os estímulos recebidos.
Desta forma a realidade vai sendo construída sobre a base das percepções e dos processos de atenção.

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
É uma das mais conhecidas dificuldades de aprendizagem caracterizada por uma excessiva atividade motora, falta de atenção e impulsividade.
Aspectos a serem observados para a identificação da TDA-H:
  • Desatenção: não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido; frequentemente tem dificuldade para manter a atenção nas tarefas ou no desenvolvimento de atividades lúdicas; não parece escutar o que está sendo dito, não cumpre instruções; tem dificuldade em organizar tarefas ou atividades; evita ou desagradam-lhe as tarefas escolares ou domésticas; perde coisas necessárias para tarefas ou atividades escolares.
  • Hiperatividade ou grande atividade motora: Levanta-se na sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentada; corre ou escala em situações inadequadas; tem dificuldade para brincar ou conectar-se com tranquilidade em atividades recreativas; muitas vezes está em movimento ou costuma agir como se tivesse um motor; com frequência fala excessivamente.
  • Impulsividade: com frequência responde abruptamente a perguntas antes de escutá-las de forma completa; tem dificuldade para esperar em fila ou aguardar sua vez em jogos ou situações grupais; interrompe ou se intromete nas atividades dos outros.
Para que o diagnóstico seja feito é necessário levar em consideração os seguintes aspectos:

-O começo não deve ser posterior aos 6 (seis) anos de idade.
-Os sintomas devem ser apresentados em duas ou mais situações (escola, casa ou outras situações sociais).
-Não ocorre exclusivamente durante o curso de um transtorno de desenvolvimento difuso e profundo (PDD), esquizofrenia ou outros transtornos psicológicos e não está de acordo com um transtorno de humor, de ansiedade, dissociativo ou um transtorno de personalidade.
-Os sintomas devem ter a duração de 6 (seis) meses no mínimo.
-A perturbação provoca angustia significativa ou impedimento de seu funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Estratégias de suporte em sala de aula:
  • Desatenção: sentar a criança em uma área silenciosa; sentá-la perto de outra criança que seja um bom modelo para seguir; sentá-la próxima a alguém que possa apoiá-la em sua aprendizagem; orientar a atenção da criança para a tarefa que será iniciada, ajudando-a a descobrir, selecionar, organizar e sistematizar a informação mais importante; é necessário dar regras consistentes sobre o que deve fazer, as instruções devem ser parceladas; as rotinas de trabalho devem ser claras; devem ser evitadas mudanças imprevistas; não é conveniente fazer atividades com limite de tempo; encurtar período de trabalho de modo a coincidirem com seus períodos de atenção; dividir trabalhos em partes menores de modo que ela possa concluí-los; dar instruções tanto orais como escritas; dar instruções claras e concisas; tentar envolver a criança na apresentação do tema; é importante que o ambiente de trabalho seja motivante e estimulante, com tarefas significantes para a criança.
  • Hiperatividade ou grande atividade motora: oferecer à criança oportunidade de movimento( por exemplo, entregar um recado, auxiliar a professora em sala de aula); incrementar a imediata correlação entre prêmios e consequências; permitir descansos curtos entre os diferentes trabalhos em sala; supervisão no recreio e horários livres, aconselhá-la a revisar e checar seus trabalhos e provas para poder corrigir os erros cometidos por realizar o trabalho de forma apressada e descuidada; permitir que se levante de vez em quando enquanto trabalham.
  • Impulsividade: tentar ignorar comportamentos inapropriados; incrementar imediata correlação entre prêmios e consequências, recomendar que dê um tempo para meditar sobre o que fez quando não se comportar adequadamente; supervisão no recreio e horários livres; chamar atenção de forma prudente e calma; reforçar comportamento positivo com cumprimentos e reconhecimento; sentar a criança próxima a professora ou de algum colega que possa ser visto como líder positivo; firmar contrato de comportamento positivo; motivar quando conseguir inibir um impulso inadequado (como levantar a mão para falar em vez de interromper a professora).



Livro: Dificuldades de aprendizagem,detecção e estratégias de ajuda.
Autoras:Ana Maria Salgado e Nora Espinosa Terán (Psicólogas)

Um comentário:

  1. Olá rapazes, muito esclarecedora a postagem de vocês! Adorei o blogue, o achei realizando um trabalho para um curso de extensão com a temática da inclusão e virei fã. Criei um blogue relacionado a inclusão e tecnologias e vocês estão lá no meu blogroll, gostaria também de por um link para esta postagem no meu site, mas não estou conseguindo. Obrigada pelas informações, me serão muito úteis com alguns dos meus pimpolhos que tem os transtornos aqui mencionados por vocês.
    Ah se quiserem espiar o meu blogue é http://tic-inclusao.blogspot.com.br/

    Abração!

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