No processo
ensino-aprendizagem alunos e professores deparam-se frente a frente e ambos
participam da mesma aventura que fará dos primeiros homens espiritualmente adultos.
O professor dá a palavra ao aluno para que este pronuncie o essencial, resulta
daí que o principal não é o ensino, mas a aprendizagem. É acima de tudo, uma
relação de ordem pessoal e humana, cujo sentido varia de acordo com a idade e a
personalidade dos que nela estão envolvidos.
Atualmente
inúmeros estudos têm focalizado aspectos relacionados com o comportamento do
professor na formação do aluno, estabelecida através de uma ligação contínua,
estreita e extensa em sala de aula, e que considera que é a criança integral
que vai para a escola e não uma parte de seu intelecto.
Morrison e
McIntyre (1997), ao analisarem a personalidade do professor em termos de abstrato-concreto,
entendem o concreto como uma disposição para convicções gerais e
categóricas para a autoridade e uma tendência por ambientes de estrutura
simples.
Em sala de aula
com tais características, inclina-se a impor objetivos, proporcionar meios
minuciosos de alcançá-los e a revelar menos tolerância com os desvios de alunos
quanto a objetivos e padrões. O abstrato caracteriza-se por convicções
mais flexíveis e sofisticadas e preferência por ambientes de estrutura
complexa, relaciona-se com atitude de maior cordialidade para com os alunos,
tendo percepção de suas necessidades, flexibilidade quanto a tais necessidades,
flexibilidade quanto a tais necessidades e interesses, relacionamento tranqüilo
na classe, envolvimento nas tarefas e capacidade de incentivar a participação
das crianças. As diferenças enumeradas refletem-se nas reações dos alunos.
Quatro áreas de
competências podem ser consideradas às características de um bom professor:
1. a capacidade de criar um clima
psicológico para aprendizagem;
2. aptidão para identificar, planejar e
avaliar oportunidades de aprendizagem adequada;
3. aptidão e vontade de experimentar e
descobrir abordagens mais convenientes para o ensino e a aprendizagem;
4. A capacidade de entender e empregar
de forma construtiva o seu próprio comportamento.
Maslow (1991)
faz uma caracterização bipolar do professor:
- o professor como controlador,
avaliador, encarregado de informar e conduzir seus alunos em direção a
objetivos externos à aquisição de conhecimentos; o que levaria os alunos a uma
aprendizagem do tipo extrínseco, isto é, voltada para objetivos externos de quem
aprende, escolhidos pela escola ou pela sociedade em que vive e não pelo autor
do processo.
No outro extremo
está:
- o professor interessado em conduzir o
trabalho pedagógico, considerando as necessidades humanas básicas, respeitando
o estímulo do educando, sendo de preferência receptivo e compreensivo mais do
que instrutivo e condicionador, facilitando a descoberta da identidade e da
vocação antes de tudo.
Assim, o
interesse na auto-realização do aluno dá condições para uma aprendizagem do
tipo intrínseco, isto é, aquela que leva à satisfação de objetivos do aprendiz,
estimulando criatividade, imaginação, consciência de si como ser existindo no
mundo e capaz de transformá-lo, capaz de realizar suas próprias escolhas e
responsabilizar-se por elas, tornando-se um bom escolhedor.
O professor tem
necessidades e objetivos pessoais representados pela sua história pessoal, que
por sua vez, influi sobre a sua escolha de objetivos para o aluno. Seu quadro
de referências representa padrões derivados da educação pessoal e da
experiência profissional com os quais ele avalia os seus atos e os atos dos
alunos, bem como os traços relevantes do ambiente.
Tais avaliações
levam à escolha de novos atos. A realimentação constitui o traço essencial que
permite ao professor auto-avaliar-se e avaliar os atos do aluno, existindo
assim, uma interdependência entre os atos do professor e do aluno.
Na escola, o
professor tem o poder de tomar decisões e influenciar os alunos direta e
indiretamente. Como indivíduo ele é o agente emissor da informação, organizador
de atividades e realimentador por excelência do sistema educacional. Como
grupo, compõe a massa crítica da sociedade, sendo capaz de indicar direções,
propor mudanças e influir na tomada de decisões, de modo a ser ele, teoricamente,
o estrategista da própria sociedade.
Na realidade,
verifica-se em algumas situações que tanto a sociedade como o professor não
tomaram consciência, ainda, da função da renovação ou transformação da educação
e, conseqüentemente, dos novos papéis que deverão ser assumidos pelos docentes.
Limitam-se estes à função de conservação e reprodução e, como tal, abdicam do
compromisso intelectual, moral e ético de pensar, agir e repensar a educação
nas realidades em que atuam.
Fonte: AGUIAR, Marcelo Dantas. A Inclusão, a Diversidade e a Desigualdade na sala de aula. Jundiaí, 2010 SP: Organização Educacional Arthur Fernandes – FACCAT Monografia, Orientador: Profª Ms. Liliana Kayakawa
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