1.
- ANTIGUIDADE
Não se dispõe de
dados a respeito de como se caracteriza a relação entre sociedade e deficiência
no cotidiano de Roma e da Grécia Antiga. Pode-se, entretanto, encontrar na
literatura da época, bem como na Bíblia, passagens que permite deduzir sobre
sua natureza e procedimentos (MEC/SEESP, 1994).
Para tanto, se
faz necessário conhecer um pouco de como era a economia e a organização
sociopolítica da época para, assim, observar que contribuições esses dados
podem trazer.
Havia nesse
período dois grupos sociais: Nobreza:
senhores que detinham o poder social, político e econômico e o Populacho: que eram considerados
subumanos dependentes dos nobres tanto na parte econômica quanto na
propriedade.
Podemos notar,
nesse contexto, que a vida de um homem só tinha valor em suas funções de suas
características pessoais ou em função da utilidade prática que este
representava para a realização de seus desejos e dos desejos da nobreza e o
atendimento de suas necessidades.
Assim, a pessoa “diferente”, com limitações
funcionais e necessidades diferenciadas como, por exemplo, cegos, surdos,
deficientes mentais etc., era praticamente exterminada por meio do abandono, o
que não representava, nessa época, um problema de natureza ética ou moral.
Kanner (1964,
p.5) relatou que a única ocupação para os retardados mentais encontrada na
literatura antiga é a de um bobo ou de um palhaço, para a diversão dos senhores
e de seus hospedes.
O relato de
Kanner (1964) é pertinente e resume bem o que acontecia na época, pois
encontramos os bobos da corte em desenhos animados, e eles sempre são
caracterizados como personagens desajeitados e com aparência diferente.
Dessa forma,
podemos observar que as pessoas diferentes ou com necessidades educacionais
especiais eram totalmente discriminadas, uma vez que só teriam valor se
tivessem utilidade aos nobres.
1.2 - IDADE MÉDIA
A economia,
nesse período, pouco mudou. Porém, a organização
político-administrativa sofreu uma mudança significativa. Com a vinda do
cristianismo e o, conseqüente, fortalecimento da Igreja Católica, surgiu no
cenário político o clero (conjunto
de padres e bispos da Igreja Católica), cujos membros foram assumindo cada vez
mais poder social, político e econômico.
Em relação a
condição do povo nada mudou, e a eles permanecia o ônus de todo o trabalho,
seja na produção de bens e serviços, na constituição dos exércitos, seja no
enriquecimento do clero e da pobreza, sem a possibilidade de participar dos
processos decisórios e administrativos da sociedade.
Todavia, o
grande ganho foi que pessoas doentes, defeituosas e/ou mentalmente afetadas, em
função das idéias cristãs, não podiam ser mais exterminadas, já que também eram
criaturas de Deus.
Apesar disso,
elas continuavam sendo ignoradas à própria sorte e algumas chegavam a ser fonte
de diversão, como material de exposição etc.(DICKERSON, 1981 apud PESSOTTI,
1984).
As pessoas eram
expostas por causa de suas deficiências ou continuavam servindo como diversão
aos nobres da época. Assim, podemos dizer que mudou muita coisa em relação ao
período anterior, pois a condição de inferioridade permanecia.
Nessa época a
educação era ministrada de duas formas e possuía objetivos distintos o de natureza religiosa onde objetivava
formar pessoas para o clero e de natureza
militar com objetivos específicos de acordo com o local e os valores
assumidos pela sociedade, variando entre a formação para a guerra e a formação
para as artes.
Após esse
período, ocorreram diversos acontecimentos históricos importantes e que devem
ser lembrados, tais como:
1. Inquisição Católica:
perseguição caça e extermínio de seus dissidentes sob argumento de que eram
hereges ou “endemoninhados”.
2. Reforma Protestante:
separação formal da Igreja Católica e formação de uma nova igreja por Martinho
Lutero. Essa igreja, desde seu início, caracterizou-se por padrões opostos aos
que se havia tornado práticas comuns pela igreja católica como por exemplo,
tortura e perseguição aos que discordavam do clero.
3. Revolução Burguesa:
derrubou as monarquias, destruiu a hegemonia religiosa e implantou uma nova
forma de produção: o capitalismo mercantil.
O cristianismo
firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho
de Deus, enviado como salvador e construtor da historia junto com o homem.
Essa religião
espalhou-se rapidamente pela região do Mediterrâneo, chegou ao interior do
império romano e difundiu-se, também pela Grécia e Ásia. Essas comunidades
cristãs se multiplicaram e, com isso, surgiram às rivalidades.
Em Roma muitos
cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no
Coliseu, como alvos da raiva de imperadores corruptos e imorais.
Em 313 a.C., o
imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e concedeu liberdade de
culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino,
as reuniões ocorriam em subterrâneos, nas catacumbas.
Este é o primeiro capitulo e será postado em 2 partes.
Fonte: AGUIAR, Marcelo Dantas. A Inclusão, a Diversidade e a Desigualdade na sala de aula. Jundiaí, 2010 SP: Organização Educacional Arthur Fernandes – FACCAT Monografia, Orientador: Profª Ms. Liliana Kayakawa
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