quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Educação Especial no mundo: Visão Histórica



1. - ANTIGUIDADE

Não se dispõe de dados a respeito de como se caracteriza a relação entre sociedade e deficiência no cotidiano de Roma e da Grécia Antiga. Pode-se, entretanto, encontrar na literatura da época, bem como na Bíblia, passagens que permite deduzir sobre sua natureza e procedimentos (MEC/SEESP, 1994).
Para tanto, se faz necessário conhecer um pouco de como era a economia e a organização sociopolítica da época para, assim, observar que contribuições esses dados podem trazer.
A economia desses países, na Antiguidade fundamentava-se nas atividades de produção e de comercio agrícola, pecuário e de artesanato. Já a organização sociopolítica fundamentava-se no poder absoluto de uma minoria associada à absoluta exclusão dos demais das instâncias decisórias e administrativas da vida em sociedade.
Havia nesse período dois grupos sociais: Nobreza: senhores que detinham o poder social, político e econômico e o Populacho: que eram considerados subumanos dependentes dos nobres tanto na parte econômica quanto na propriedade.
Podemos notar, nesse contexto, que a vida de um homem só tinha valor em suas funções de suas características pessoais ou em função da utilidade prática que este representava para a realização de seus desejos e dos desejos da nobreza e o atendimento de suas necessidades.
Assim, a pessoa “diferente”, com limitações funcionais e necessidades diferenciadas como, por exemplo, cegos, surdos, deficientes mentais etc., era praticamente exterminada por meio do abandono, o que não representava, nessa época, um problema de natureza ética ou moral.
Kanner (1964, p.5) relatou que a única ocupação para os retardados mentais encontrada na literatura antiga é a de um bobo ou de um palhaço, para a diversão dos senhores e de seus hospedes.
O relato de Kanner (1964) é pertinente e resume bem o que acontecia na época, pois encontramos os bobos da corte em desenhos animados, e eles sempre são caracterizados como personagens desajeitados e com aparência diferente.
Dessa forma, podemos observar que as pessoas diferentes ou com necessidades educacionais especiais eram totalmente discriminadas, uma vez que só teriam valor se tivessem utilidade aos nobres.

1.2 - IDADE MÉDIA

A economia, nesse período, pouco mudou. Porém, a organização político-administrativa sofreu uma mudança significativa. Com a vinda do cristianismo e o, conseqüente, fortalecimento da Igreja Católica, surgiu no cenário político o clero (conjunto de padres e bispos da Igreja Católica), cujos membros foram assumindo cada vez mais poder social, político e econômico.
Em relação a condição do povo nada mudou, e a eles permanecia o ônus de todo o trabalho, seja na produção de bens e serviços, na constituição dos exércitos, seja no enriquecimento do clero e da pobreza, sem a possibilidade de participar dos processos decisórios e administrativos da sociedade.
Todavia, o grande ganho foi que pessoas doentes, defeituosas e/ou mentalmente afetadas, em função das idéias cristãs, não podiam ser mais exterminadas, já que também eram criaturas de Deus.
Apesar disso, elas continuavam sendo ignoradas à própria sorte e algumas chegavam a ser fonte de diversão, como material de exposição etc.(DICKERSON, 1981 apud PESSOTTI, 1984).
As pessoas eram expostas por causa de suas deficiências ou continuavam servindo como diversão aos nobres da época. Assim, podemos dizer que mudou muita coisa em relação ao período anterior, pois a condição de inferioridade  permanecia.
Nessa época a educação era ministrada de duas formas e possuía objetivos distintos o de natureza religiosa onde objetivava formar pessoas para o clero e de natureza militar com objetivos específicos de acordo com o local e os valores assumidos pela sociedade, variando entre a formação para a guerra e a formação para as artes.
Após esse período, ocorreram diversos acontecimentos históricos importantes e que devem ser lembrados, tais como:
1.      Inquisição Católica: perseguição caça e extermínio de seus dissidentes sob argumento de que eram hereges ou “endemoninhados”.
2.      Reforma Protestante: separação formal da Igreja Católica e formação de uma nova igreja por Martinho Lutero. Essa igreja, desde seu início, caracterizou-se por padrões opostos aos que se havia tornado práticas comuns pela igreja católica como por exemplo, tortura e perseguição aos que discordavam do clero.
3.      Revolução Burguesa: derrubou as monarquias, destruiu a hegemonia religiosa e implantou uma nova forma de produção: o capitalismo mercantil.
O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da historia junto com o homem.
Essa religião espalhou-se rapidamente pela região do Mediterrâneo, chegou ao interior do império romano e difundiu-se, também pela Grécia e Ásia. Essas comunidades cristãs se multiplicaram e, com isso, surgiram às rivalidades.
Em Roma muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da raiva de imperadores corruptos e imorais.
Em 313 a.C., o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, nas catacumbas.



Este é o primeiro capitulo e será postado em 2 partes.

Fonte: AGUIAR, Marcelo Dantas. A Inclusão, a Diversidade e a Desigualdade na sala de aula. Jundiaí, 2010 SP: Organização Educacional Arthur Fernandes – FACCAT Monografia, Orientador: Profª Ms. Liliana Kayakawa




















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