quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Como os Pais e Professores podem conversar sobre assuntos difíceis com as crianças


Descubra como conversar sobre diversos assuntos com as crianças. Separei por faixa etária como se deve conversar com as crianças sobre assuntos polêmicos como: morte, separação dos pais, doença por parte da criança ou de algum parente como apoiar a criança nos momentos difíceis.     

Do nascimento até os 3 anos:
A percepção da criança: o bebê ou a criança percebe ou sente quando há a sua volta excitação, tristeza, ansiedade; percebe quando falta uma pessoa significativa ou a presença de pessoas novas ou estranhas ao ambiente familiar, porém ainda não possui recursos para compreender a morte, mas absorve as emoções daqueles que o rodeiam e pode mostrar sinais de irritabilidade, mudanças nos seus hábitos alimentares ou sono. Às vezes, se já adquiriu o controle dos esfíncteres, pode haver uma recaída e a criança pode fazer xixí ou cocô na cueca ou na calcinha. Depende muito da comunicação não verbal, do cuidado físico, do afeto e precisa ser reassegurado.
O tipo de apóio que pode ser oferecido é de manter as rotinas e a estrutura familiar sempre que possível. Se por alguma razão seus pais precisam se afastar, é importante escolher uma babá ou alguém da família que seja afetivo e que possa oferecer contato físico. Esclarecer sempre que possível a razão pela qual os pais estão tristes e porque as pessoas choram.
Se ele freqüenta o maternal, os professores podem e devem orientar os pais, fazendo uma reunião com todos explicando o processo de elaboração do luto das crianças. Também podem falar para os coleguinhas sobre o momento que a criança está passando.
Dos 3 aos 6 anos:
A percepção da criança: A criança acha que a morte é reversível, temporária, que a pessoa que faleceu voltará a qualquer momento. Nesta fase a criança é regida pelo que denominamos o pensamento mágico e egocêntrico: ela pensa que suas ações, sentimentos ou palavras são como varinhas de condom. As crianças dessa faixa etária, acreditam que a morte pode ser vista como um castigo devido a um mau comportamento.
A criança sente o impacto das emoções dos seus pais e irmãos; e freqüentemente o não dito o afeta provocando regressões, como fazer xixí na cama, chupar o dedo, segurar um paninho, etc.
Geralmente nessa etária os filhos têm dificuldade de expressar seus sentimentos verbalmente e conseqüentemente o faz através de ação; pode ficar mais agressivo, irritado ou impaciente quando brinca.
Perguntará as mesmas perguntas sobre o desaparecimento da pessoa muitas vezes, pois ele está se esforçando para adquirir recursos para compreender o conceito de morte, de perda. Pode exibir tristeza em alguns momentos; também sintomas somáticos, constipação, dor de barriga e irritações na pele. Também pode demonstrar uma intensificação da sua necessidade de contato físico, mesmo de pessoas estranhas. Às vezes associa fatos quem não tem relação; ou pode mostrar ansiedade se pensa que a pessoa que morreu pode voltar como um “fantasma”.
É importante oferecer oportunidades para que a criança possa desenhar ou pintar e expressar seus afetos, também de ler livros sobre histórias que falem da morte ou de perda de algum personagem ou herói.
Ajudar a criança a identificar o que está sentindo, traz conforto para ela e também a ajuda a expressar seus sentimentos através da fala. É fundamental ser honesto e admitir que às vezes não tenhamos resposta para certas perguntas.
Na escola, os professores podem tocar no assunto, e explicar aos coleguinhas que a criança está passando por um momento triste, que precisa de cooperação e paciência. Podem ser realizadas reuniões com os pais para esclarecimento de condutas/comportamentos. É importante explicar os fatos de forma concreta, não utilizar eufemismos e dar esclarecimentos sobre a realidade física da morte confrontando-a com seu pensamento mágico, suavemente. Os pais precisam verificar que a criança não se sinta responsável pela morte e precisam ser pacientes com os comportamentos regressivos ou infantis que ela possa apresentar. A criança tentará imitar as atitudes dos pais em relação como lidam com a perda, a dor, o sofrimento. Então é importante evitar os clichês, como “você pelo menos tem outro irmão” ,”Sempre podemos comprar outro animal de estimação”, pois eles revelam uma atitude muito “prática” de tentar apagar ou que aconteceu e substituir com um outro prazer “tampando” a emoção. Dizer que a “mãe foi dormir”, ou “Deus levou a vovó”, pode confundir a criança são sugestões que podem ser evitadas.
Dos 6 aos 9 anos:
A percepção da criança: Algumas crianças começam a entender as causas objetivas da morte, algumas ainda não. Ainda podem ver a morte como um espírito que vem para levar a pessoa; pode pensar que a morte é contagiosa e ela pode morrer também. A criança se seduz por o tema de mutilação e mostra curiosidade em relação ao aspecto do corpo morto.
Pode associar a morte com violência, devido a isto freqüentemente pergunta “Quem o matou”? Cria categorias em relação a quem pode morrer: os mais velhos e os que apresentam deficiências.

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